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GREVE PELA VIDA

Sindicatos de professores lançam campanha contra retorno das aulas presenciais

Principais sindicatos da classe no Estado se unem com o objetivo de conscientizar sobre o risco que correm os profissionais da educação na volta as aulas

Publicado em 27/07/2020 às 08:34
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Campanha é contra o retorno das aulas presenciais nas escolas nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Maricá e Tanguá. (Foto: Divulgação)

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe) de São Gonçalo, em conjunto com o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro) e com o Sindicato Educação de Maricá (Sineduc) iniciaram, nesta segunda-feira (27), uma campanha contra o retorno das aulas presenciais nas escolas nos municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Maricá e Tanguá.

A ideia da campanha é conscientizar as pessoas sobre o perigo do retorno das aulas em meio à pandemia do novo coronavírus. Os profissionais da educação querem mostrar, com a campanha, seu posicionamento e, caso seja confirmado pelo governo o retorno às escolas na situação atual, eles pretendem organizar a "Greve pela Vida".   

"A Greve pela Vida surge pela necessidade de manter a vida de todos que estão envolvidos no processo educacional na escola, desde os alunos até os atendentes de cozinha. Em São Gonçalo, temos acompanhado os números de casos na pandemia e os leitos disponíveis para pacientes com Covid-19 nos hospitais e, com isso, concluímos que não existe uma vacina, não existe um medicamento eficaz contra o vírus.

Entendemos que se a Prefeitura de São Gonçalo decretar o retorno das aulas presenciais, nós, dos sindicatos, iremos decretar uma greve pela vida. Só poderá ocorrer um retorno presencial mediante a autorização de órgãos de saúde, como a Fiocruz e a Organização Mundial da Saúde (OMS), caso contrário, iremos entrar em greve para proteger a vida das nossas crianças e dos nossos profissionais", afirmou Maria do Nascimento Silva, que é professora e coordenadora do SEPE/SG.    

A ideia da greve e da campanha surgiu em maio, com a ameaça de um possível retorno das aulas presenciais, que foi notada pelos profissionais dos sindicatos envolvidos.

Após um conselho deliberativo, os sindicatos se organizaram e discutiram para organizar a greve, caso realmente ocorra essa deliberação de retorno.

Os professores acreditam que esse retorno fará com que os alunos e profissionais se aglomerem nas salas de aula e, com isso, o vírus se espalhará mais facilmente, colocando em risco a vida de todos.    

"Os pais também se preocupam com o retorno dos filhos para as escolas. Muitos dizem "meu filho não vai voltar agora não", mesmo que as aulas estejam liberadas", afirmou Maria.    

A campanha, que está tendo início nesta segunda-feira (27), está ocorrendo com carros de som, que passarão pelos municípios envolvidos com músicas com palavras de ordem da campanha como "volta às aulas sem segurança é genocídio" e "escola não é lugar de morte, escola é lugar de conhecimento".

Além disso, já foram espalhados outdoors nas ruas com dizeres como "a vida é mais importante", mostrando a união dos profissionais da educação contra o retorno às aulas presenciais nas escolas.   

A campanha foi criada para conscientizar as pessoas do não retorno dos alunos e profissionais às aulas presenciais, pelo menos não no presente momento. A ideia é conscientizar as pessoas que ainda não é seguro.

Caso mesmo com a campanha exista essa ordem de retorno às aulas sem um pronunciamento da OMS ou da Fiocruz, a "Greve pela Vida" poderá ocorrer.   

Em nota, a Secretaria de Educação do Município de São Gonçalo (Semed), por meio da Prefeitura de São Gonçalo, informou que "até o momento não há previsão de retorno das aulas. O decreto municipal que suspende as aulas até o dia 31 de julho ainda está em validade.

A Semed está construindo com o Conselho Municipal de Educação, com o sindicato da categoria e com o conselho do Fundeb, um protocolo de retorno das aulas, onde serão medidas as orientações para o dia a dia e o retorno das atividades com segurança tanto para os alunos quanto aos profissionais da rede de educação.

"No momento, estamos pautados pelos órgãos oficiais da Saúde, como: a Secretaria Municipal e Estadual de Saúde, a própria Fiocruz e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Somente com o aval desses órgãos, as aulas poderão retornar ao modo presencial. "   

A Secretaria de Estado de Educação informou, por meio de uma nota, que "ainda não existe previsão de retorno das aulas presenciais nas escolas da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ). As aulas nas unidades da rede pública estadual fluminense só voltarão ao regime presencial quando a Secretaria de Saúde divulgar a bandeira verde no estado, indicando as condições mínimas de segurança para a retomada das atividades."

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