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AUTISMO

Clínica Escola do Autista mantém atividades de forma remota em Itaboraí

Com os atendimentos presenciais suspensos por conta da pandemia da Covid-19, foram planejadas atividades adaptadas de forma online para os alunos e pais

Publicado em 11/07/2020 às 01:06

Desde junho estão suspensos os atendimentos presenciais na clínica. (Foto: Divulgação)

Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Clínica-Escola do Autista, gerida pela Prefeitura de Itaboraí, por meio das secretarias municipais de Educação, Cultura e Turismo e de Saúde precisou suspender seus atendimentos presenciais, por tempo indeterminado.

Com a “nova” realidade, a equipe de profissionais da instituição, juntamente com a Coordenação de Educação Especial se uniram para planejar atividades, com o intuito dar continuidade ao vínculo terapêutico e pedagógico com os quase 200 alunos-pacientes.

As ações começaram no início de junho, após relatos dos pais, que descreveram o comportamento inadequado apresentado por seus filhos, por conta da mudança de rotina e ausência das terapias.

Com isso, a Clínica-Escola passou a atender seus alunos-pacientes com atividades adaptadas, digitalizadas e por videochamadas.

Segundo a diretora da Clínica-Escola do Autista, Márcia Novis, a equipe da instituição viu que não poderia ficar de braços cruzados e teve que se organizar para ajudar as famílias.

“Sabemos o quanto é complicado um autista ocioso dentro de casa sem nada para fazer. Assim, decidimos oferecer atendimentos e atividades online, que acontecem semanalmente, entre o aluno-paciente e o terapeuta. Além dos desafios propostos pelas fisioterapeutas, que conta com a ajuda dos pais para auxiliar os atendidos pela Clínica. Dentre os desafios, andar de bicicleta, pular corda, jogar bola e outros, dentro da especificidade de cada um. Os vídeos são inseridos na Plataforma Digital da Secretaria Municipal de Educação e também na página da Clínica-Escola”, disse Márcia Novis.

Toda semana, a equipe de profissionais se reúne para confeccionar os materiais adaptados e impressos que serão entregues aos alunos. Os pais e/ou responsáveis buscam esses materiais quinzenalmente na instituição.

Para a professora especializada, Raquel Ignácio Pereira, após produzir e enviar os materiais, os profissionais auxiliam os pais e/ou responsáveis na mediação de seu uso.

“Montamos um grupo de WhatsApp para ficar em contato diretamente com os pais, e oferecer orientações para eles”, falou Raquel.

Outra novidade que retornou, após aproximadamente três meses de paralisação, foram às consultas com o neuropediatra Mauro Lins.

Os atendimentos acontecem uma vez por semana, com agendamento prévio juntamente com os pais ou responsáveis dos pacientes que necessitam da consulta.

Devido à pandemia, os autistas não comparecem ao atendimento, e em alguns casos, os pais levam vídeos de seus filhos, para mostrar o comportamento.

“Como são pacientes que já acompanho, apenas com relatos dos pais é possível fechar um diagnóstico, não sendo necessário contato com a criança. Geralmente os atendimentos são para troca de receita médica e relatos de alterações de comportamento dos pacientes, por conta da mudança da rotina, pelo transtorno e outros”, disse Dr. Mauro Lins, reconhecido internacionalmente como uma das maiores autoridades em autismo no Brasil.

Para a mãe do paciente Luiz André Neto, de 7 anos, Sara Juliana Abrante, mesmo neste momento de pandemia, ela e seu filho não deixaram de ser assistidos pela Clínica-Escola do Autista.

“Em casa meu filho sente-se seguro, mas fica agitado quando tem que sair. A pandemia mudou a sua rotina e isso contribuiu para a alteração do seu comportamento. Vim à consulta com o Dr. Mauro para trocar a receita dele e tirar algumas dúvidas. O Luiz ainda conta com atendimento via WhatsApp e vídeo chamada com fonoaudióloga e nutricionista, uma vez por semana”, ressaltou Sara.

Atualmente a instituição conta com aproximadamente 200 alunos-pacientes, com idade entre 2 e 44 anos, residentes de Itaboraí, e ainda de outros municípios.

Com um tratamento multidisciplinar, o projeto público pioneiro visa à integração de crianças e adolescentes autistas ao ensino regular, oferecidos por profissionais especializados no tema.

A Clínica-Escola do Autista conta com cinco pedagogas especializadas em autismo, duas terapeutas ocupacionais, quatro psicólogas, duas fisioterapeutas, três psicopedagogas, duas nutricionistas, duas fonoaudiólogas, duas assistentes sociais, neuropediatra e arte terapeuta. Além de diretora, coordenadora pedagógica, terapêutica e de disciplina, recepcionista e serviços gerais.

A Clínica-Escola do Autista fica localizada na Rua Comandante Ari Parreiras, nº 327, em Venda das Pedras - Itaboraí.

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