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Preconceito

Motorista de aplicativo se recusa a levar deficiente visual com cão-guia

A lei de Inclusão assegura pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia ingressar em todos os meios de transporte

Publicado em 08/10/2020 às 07:43
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Apesar da existência da lei muitos ainda não a respeita (Foto: Plaspet)

Na última semana Darley Oliveira, deficiente visual. Atleta do futebol de 5, formado em administração e empregado de uma multinacional, foi vítima de preconceito.

Para ir para seu trabalho ele chamou um carro (de app não informado). Quando o veículo chegou até o local se recusou a leva-lo pois Darley estava acompanhado de seu cão-guia Clark. O caso ocorreu na Mooca, zona leste de São Paulo.

Segundo o artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão - Lei Nº 13.146/ 2015, é crime praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão da sua deficiência, com possibilidade de reclusão, de um a três anos, além de multa. A mesma lei aponta, no artigo 117, que "é assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo"

O caso do atleta de futebol infelizmente não é um caso isolado. Outro atleta que já passou por isso foi o embaixador do Coletivo Construindo Pontes em Maricá, Clodoaldo Silva, também conhecido como Tubarão das Piscinas, ressaltando que isso acontecia com mais frequência, quando o atleta Paralímpico não era tão conhecido. 

“Fico muito triste por mais uma vez ver, ouvir e ter conhecimento, desse preconceito, dessa discriminação que pessoas com deficiência ainda sofrem no nosso país. Quando a gente acha que há respeitabilidade.... As pessoas estão olhando de uma forma diferente as pessoas com deficiência. Por causa dessas matérias e pelo que acontece no dia-a-dia, infelizmente a gente vê que não avançou, não evoluí nada ainda. Continuamos nesse retrocesso” – exclama o Tubarão das Piscinas.


O recordista de medalhas Paralímpica, diz que muitos lhe perguntam se ele ainda sofre preconceito? Ele responde: “O Clodoaldo Silva campeão, ganhador de várias medalhas, o cara que já viajou Brasil e o mundo e que possui reconhecimento nacional e internacional não sofre preconceito!” Ele afirma que não sofre discriminação verbal, porque é super conhecido e todo mundo respeita a sua história. Clodoaldo, no entanto, destaca que a maior discriminação e o maior preconceito que ele ainda passa é quando vai a qualquer lugar e não consegue entrar pela falta de acessibilidade. “Quando encontramos essa falta de acessibilidade, encontramos um preconceito ou discriminação, maior que às pessoas mal-educadas que não conhecem as leis... ninguém sabe o dia de amanhã, eles um dia podem se tornar um deficiente ou se tornar um idoso que requer acessibilidade ou cuidados especiais” – afirma Clodoaldo.

No caso do Darley, o condutor foi desativado até que ocorra a apuração dos fatos. Garantir o direito de ir e vir das pessoas, com segurança, cordialidade, educação e informação não pode ser feito de forma geral. As empresas como Uber, como a 99 entre outras, estão ganhando muito dinheiro e precisam também fazer sua parte em prol do bem social. As pessoas com necessidades especiais exigem que essas empresas precisam pensar na informação e educação dos seus motoristas, garantir que eles darão retornos positivos para a sociedade.  


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